Um tempo atrás, algo de dois meses, eu estava lendo um
livro sobre a banda inglesa de rock Pink Floyd, quando um amigo de faculdade me
perguntou, “Roger Waters ou David Gilmour?”. Minha primeira reação foi “David
Gilmour, é claro”, a voz mais melódica do guitarrista foi um dos principais
motivos para o meu envolvimento sonoro com o Floyd, “Shine On You Crazy Diamond”
da versão ao vivo do disco Pulse me
arrepia até os dias atuais. Mas logo depois um sentimento tomou conta de mim,
“por que não o Roger Waters?”.
O velho maniqueísmo do ser humano, de escolher entre o
certo e o errado, o bom e o mau, entre Roger Waters e David Gilmour, em
questões como essa deviam ser deixadas de lado. É desumano você perguntar para
alguém quem você prefere mais, sua mãe ou seu pai, e isso cabe a questão do
baixista e do guitarrista do Pink Floyd. Waters foi uma das principais forças
que impulsionaram a banda, desde o começo. Com a saída do principal ícone da
banda, Syd Barrett, o baixista conseguiu colocar toda a sua arte por meio do
Floyd. As principais obras do grupo, Dark
Side Of The Moon e The Wall,
foram projetos ambiciosos dele, idéias que nasceram de um jovem revoltado e que
queria desabafar sobre o Mundo em que vivia. Sua voz mais rouca é perfeita em
diversas canções do Pink e faz uma tabelinha dos deuses com a voz de Gilmour. O
guitarrista por outro lado é um mestre do instrumento, que soube criar riffs
históricos (“Money”), misturando blues com o rock progressivo, sem falar na sua
voz mais melódica que se encaixa perfeitamente em diversas canções do quarteto.
Então por que diabos eu, e qualquer fã do Pink Floyd, temos que escolher quem é
melhor? Passar horas e horas debatendo sobre um assunto que tem uma resposta
obvia, os dois.
Sim, os dois, e isso não é ficar em cima do muro de jeito
nenhum caro leitor. A doce combinação de duas forças musicais é a melhor
resposta. As letras de Waters de protesto contra um mundo capitalista na voz
suave de Gilmour vão continuar arrepiando gerações e gerações. As linhas de
baixo com os solos memoráveis de guitarra vão continuar a influenciar inúmeras
bandas de garagem. Os discos do Floyd lançados em 1987 (A Momentary Lapse of Reason) e 1994 (The Division Bell) mostram que falta um Roger
ali, e os discos solo do baixista mostram também que falta um David. Aquilo que
os dois construíram juntos é a resposta definitiva para essa questão. Não quero
tirar o mérito do baterista Nick Manson e nem do tecladista Richard Wright,
ambos são muito importantes para a história da banda, mas o guitarrista e o
baixista foram essenciais para a criação de um mito chamado Pink Floyd.
Simplesmente perfeito a sua análise, não há porque tentar decidir quem é o melhor. Na verdade os dois se completam musicalmente.
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