Roger
Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason formaram uma das bandas mais
importantes da história do rock. Com um som progressivo e inovador, além de álbuns
que venderam milhões de cópias, o Pink Floyd reformulou a palavra sucesso. O livro do jornalista Mark
Blake - que passou por publicações como a Q
e a Mojo – vai fundo na historia
do grupo inglês que surgiu na década de 60 e até hoje é uma das maiores referências
do mundo da música.
Sua
história começa como a de diversas outras de seu tempo. Vários adolescentes com
hormônios a mil, em um país pós-guerra, e que de um dia para o outro
descobriram o blues, Elvis e o rock. O escritor dedica uma parte legal do livro
para apresentar todos os integrantes do Floyd e suas origens. A banda no
começo, apresentada originalmente como The Pink Floyd Sound, fundia um rock
totalmente espacial e psicodélico, graças ao guitarrista e vocalista Syd
Barrett, que adorava experimentar sons, além de drogas (principalmente maconha
e ácido). Barrett tem um papel muito importante no começo do Pink Floyd, e o
livro não deixa de registrar de maneira ímpar. Após a sua saída no final da
década de 1960 – sendo substituído pelo guitarrista David Gilmour – Syd se entrega
gradativamente as drogas e para um mundo só dele, se distanciando de todos e de
todo o seu talento musical.
A
fase mais bem sucedida do grupo, entre o começo das décadas de 1970 e 1980, com
a gravação dos clássicos The Dark Side of
the Moon e The Wall, são a parte
mais rica do livro. Com depoimentos de pessoas do círculo do Floyd, além de
depoimentos dos integrantes do quarteto, coletados durante alguns anos, a obra
nós leva direto aos estúdios de gravação. Dark
Side vendeu mais de 40 milhões de cópias, ficando 1094 semanas seguidas no
Top 200 da Billboard. O disco é uma joia que foi lapidada por Waters, Gilmour,
Wright e Manson, e se tornou um dos melhores discos de música já produzidos na
história. Nos Bastidores do Pink Floyd
mostra que durante a gravação do álbum, o baixista Roger Waters já dominava o
ambiente como a força que movia a criação das músicas.
Mark
escreve sobre a “tirania” de Waters, e passa para o leitor o lado difícil e
perturbado do músico. Sua obra prima, The
Wall, é um dos pontos principais da carreira do Floyd, mas também de
ruptura entre os integrantes e Roger. O livro conta com detalhes as desavenças
entre o baixista e o guitarrista David Gilmour, que resultou no “fim” da banda
em 1982, após o lançamento de The Final
Cut, álbum que seria lançado como disco solo de Waters, mas como o quarteto
tinha contrato com a gravadora, saiu como um disco do Pink Floyd.
As
desavenças com o guitarrista e os demais membros resultaram em sua saída do
grupo. O livro relata como foi o período de reestruturação da banda, que agora
contava apenas com David, Nick e Richard, e que resultou em mais dois discos de
estúdio, e shows que lotaram estádios e arenas por todo o mundo. A batalha de
Roger para impedir que o grupo prosseguisse com o nome Pink Floyd também é
relatada, além da troca de farpas na imprensa entre os integrantes e seu antigo
baixista. A carreira solo de Waters tem espaço, com detalhes sobre os
irregulares discos de estúdio, assim como o grandioso show em Berlim em 1990
após a queda do muro.
O
livro é excelente e vale a leitura para os amantes de música e principalmente
para os fãs do quarteto. Apesar de mostrar um Roger Waters “ditador”, o autor
mostra o comportamento muitas vezes irregular dos demais membros da banda, não
apenas demonizando o baixista. Com uma escrita objetiva, rica, e de fácil
leitura, Blake em quase 450 páginas passa a limpo a saga do Pink Floyd,
esclarecendo alguns mitos, e reforçando outros. Vale a leitura e o
investimento.
Nota do Blog: As fotos foram retiradas da internet e são meramente ilustrativas.
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