No
começo dos anos 80, o trash metal surgiu com extrema força nos Estados Unidos,
principalmente na Bay Area de São Francisco, berço do gênero. Bandas como
Exodus, Megadeth, Slayer, Testament, e Overkill, surgiram nesta cena.
Influenciados pelo punk e pelo NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), o
estilo tinha como principal meta destruir bandas como o Poison, que faziam
parte do glam metal. Uma
banda se sobressaiu em São Francisco, o Metallica. Ela é considerada a
inventora do trash metal. Formada por James, Kirk, Lars e Cliff, lançaram em
1983 o seu primeiro disco, Kill’Em All,
revolucionando a maneira de tocar rápido. Cru, veloz e agressivo, o debut do
grupo é essencial para todos os fãs de rock, e mostra uma banda raivosa e em
começo de carreira.
O
segundo álbum, Ride The Lightning, é
um pouco menos veloz, mas mais melódico, com composições longas, e fugindo um
pouco do punk, além de ser um passo a frente em relação à Kill. É perceptível a evolução de todos os membros do Metallica
neste trabalho. Gravado nos Sweet Silence Studios na Dinamarca, terra natal do
baterista Lars, a produção ficou a cargo de Flemming Rasmussen. Na mesma época
uma grande banda dinamarquesa estava gravando no mesmo estúdio, o Mercyful
Fate, do icônico King Diamond.
O
projeto começa com a bomba “Fight Fire With Fire”. Com um início que engana o
ouvinte, com instrumentos de corda calmos no começo, a faixa entra depois como
um furacão, trash de primeira qualidade. Riff pesadíssimo, e uma cozinha em
ótimo forma, grande destaque para Lars na bateria. Em seguida vem à música
título, “Ride the Lightning”, cheia de variações, mais lenta, mas sem deixar a
qualidade cair. Clássico da banda. A composição foi feita por Dave Mustaine,
antigo guitarrista da banda, e frontman do Megadeth.
Badalar
dos sinos do inferno marca o começo de “For Whom the Bell Tolls.” Grande riff
de baixo logo no começo, mostrando a qualidade impar de Cliff Burton no
instrumento. Outro clássico do Metallica, e presença garantida em todos os
shows. Letra agressiva, bem interpreta pelo vocal de James. A próxima é um dos
pontos altos do disco, e o divisor de água para muitos, do som veloz e cru do
primeiro álbum, para um mais acessível dos grandes públicos. “Fade to Black”
começa de maneira melancólica no violão, com o Hetfield dando um show a parte
nos vocais. No final a música explode numa grande jam da banda, com um
excelente solo de guitarra de Kirk, talvez o seu melhor na história da banda.
“Trapped Under Ice” e “Escape” são as
próximas, e as mais esquecidas do álbum. A primeira tem ótimos solos e riffs,
mas não adiciona muito a mistura de Ride.
Já a segunda, tem uma levada mais lenta, talvez a mais pop do disco. “Creeping
Death” é outro ponto alto do projeto. Início explosivo, com um riff de guitarra
muito pesado. Lars está incrível nesta, utilizando os pratos de sua bateria de
maneira única. Música poderosa misturando vários elementos. A última é a
instrumental “The Call of Ktulu”. Outra composição de Dave Mustaine, que foi
rebatizada por Cliff Burton. Uma das melhores peças instrumentais da história
do rock. Vale a pena ver a versão de 1999 desta faixa, com a Orquestra Sinfônica
de São Francisco.
Ride the Lightning é um dos melhores
álbuns do Metallica, para muitos, o melhor. Mais melódico, sem deixar de ser
pesado e agressivo, ele marca uma evolução da banda, que chegaria ao auge em Master of Puppets e também no Black Album.
Faixas:
01.
Fight Fire With Fire
02.
Ride the Lightning
03.
For Whom the Bell Tolls
04.
Fade to Black
05.
Trapped Under Ice
06.
Escape
07.
Creeping Death
08.
The Call of Ktulu
Formação:
James
Hetfield (vocais/guitarra rítmica)
Kirk
Hammett (guitarra solo)
Cliff
Burton (baixo/vocais de apoio)
Lars
Ulrich (bateria)
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