Em
1981, o Rush lançava o seu álbum divisor de águas, Moving Pictures. O trio
canadense foi comparado ao Led Zeppelin quando lançou seu primeiro trabalho, Rush. Depois de quase naufragar com o
experimental Caress of Steel, o grupo
ganhou autonomia da gravadora com o icônico 2112,
que misturava um rock progressivo de primeira qualidade, com um hard rock super
influente. Com
A Farewell to Kings e Hemispheres, a banda encerrou o chamado
“ciclo progressivo”. Em 1980, com o disco Permanent
Waves, se iniciava a fase mais pop da banda. Faixas como “The Spirit of
Radio” e “Freewill”, demonstrava o poder do trio em transmitir suas músicas
para um público maior, mas sem perder a credibilidade e qualidade conquistada
nos álbuns anteriores.
Logo
no ano seguinte, 1981, Moving Pictures chegava às lojas, se tornando por muitos
o melhor projeto do Rush. Combinando elementos do cenário pop, com levadas
reggae, e ainda um rock poderoso, o disco é um clássico do começo ao fim. Ele
marca também como seria a direção da banda nos anos oitenta, com a supremacia
dos teclados de Geddy Lee.
Abrindo
com um dos hinos do Rush, e uma de suas canções mais conhecidas, “Tom Sawyer”
foi inspirado no livro de Mark Twain, “The Adventures of Tom Sawyer.” Com
teclados já logo no começo, a mítica faixa é presença garantida em todos os
shows do trio canadense. Logo em seguida temos “Red Barchetta”, mostrando todo
o amor de Neil Peart por um modelo de carro esportivo da Ferrari. Sem sombras
de duvidas, uma das melhores músicas do trabalho, e da carreira do grupo. Para
não perder o costume das faixas instrumentais, “YYZ” é de primeira qualidade,
super ágil, e o ouvinte não consegue se conter em batucar qualquer coisa no
ritmo dela. O título da canção faz referência ao código Morse do aeroporto de
Toronto, cidade dos caras.
“Limelight”,
junto de “Tom Sawyer”, devem ser as canções do Rush mais conhecidas pelo
público geral. Nesta daqui, Neil fala sobre todo o seu descontentamento sobre a
fama, e tudo o que ela trás junto. Para quem não sabe, o baterista é avesso a
entrevistas e ao contato do público. Faixa super melódica, com um ótimo riff de
guitarra de Alex, e um espetacular solo. “The Camera Eye” aparece em seguida, e
talvez a mais fraca do trabalho. Tema mais trabalhado, com a guitarra
predominando na maior parte, é a que menos inspira, mas sem deixar de ter o seu
valor.
Chegando
ao fim, “Whitch Hunt” é um épico perfeito, desde a sua introdução rodeada de
suspense, até o seu final grandioso. Vale a pena conferir a versão do DVD Time
Machine de 2011 desta música. “Vital Signs” mostra um lado mais ousado do trio,
com uma levada reggae, no estilo do The Police, fechando o disco com nota 10.
No
programa de TV “Classic Albums”, Geddy comenta que este é o álbum que os fãs
pedem mais músicas durante o show, portanto o mais importante da carreira do
trio. Mesmo após 33 anos do seu lançamento, Moving Pictures continua uma aula
de boa música, de como transformar uma banda progressiva, em uma banda de fácil
acesso ao público, mas sem perder a identidade musical.
Faixas:
01.
Tom Sawyer
02.
Red Barchetta
03.
YYZ
04.
Limelight
05.
The Camera Eye
06.
Witch Hunt (Part III of Fear)
07.
Vital Signs
Formação:
Geddy
Lee (Baixo/sintetizador polifônico Oberheim, sintetizador OB-1/Mini Moog/pedais
Taurus/vocais)
Alex
Lifeson (Guitarras e violões de 6 e 12 cordas/pedais Taurus)
Neil
Peart (Bateria/timbales, bumbo gong Tama/sinos de
orquestra/glockenspiel/carrilhão/sinos/crótalos/cow-bells/claves)
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