quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Resenha: Rush - Moving Pictures



Em 1981, o Rush lançava o seu álbum divisor de águas, Moving Pictures. O trio canadense foi comparado ao Led Zeppelin quando lançou seu primeiro trabalho, Rush. Depois de quase naufragar com o experimental Caress of Steel, o grupo ganhou autonomia da gravadora com o icônico 2112, que misturava um rock progressivo de primeira qualidade, com um hard rock super influente. Com A Farewell to Kings e Hemispheres, a banda encerrou o chamado “ciclo progressivo”. Em 1980, com o disco Permanent Waves, se iniciava a fase mais pop da banda. Faixas como “The Spirit of Radio” e “Freewill”, demonstrava o poder do trio em transmitir suas músicas para um público maior, mas sem perder a credibilidade e qualidade conquistada nos álbuns anteriores.

Logo no ano seguinte, 1981, Moving Pictures chegava às lojas, se tornando por muitos o melhor projeto do Rush. Combinando elementos do cenário pop, com levadas reggae, e ainda um rock poderoso, o disco é um clássico do começo ao fim. Ele marca também como seria a direção da banda nos anos oitenta, com a supremacia dos teclados de Geddy Lee.



Abrindo com um dos hinos do Rush, e uma de suas canções mais conhecidas, “Tom Sawyer” foi inspirado no livro de Mark Twain, “The Adventures of Tom Sawyer.” Com teclados já logo no começo, a mítica faixa é presença garantida em todos os shows do trio canadense. Logo em seguida temos “Red Barchetta”, mostrando todo o amor de Neil Peart por um modelo de carro esportivo da Ferrari. Sem sombras de duvidas, uma das melhores músicas do trabalho, e da carreira do grupo. Para não perder o costume das faixas instrumentais, “YYZ” é de primeira qualidade, super ágil, e o ouvinte não consegue se conter em batucar qualquer coisa no ritmo dela. O título da canção faz referência ao código Morse do aeroporto de Toronto, cidade dos caras.

“Limelight”, junto de “Tom Sawyer”, devem ser as canções do Rush mais conhecidas pelo público geral. Nesta daqui, Neil fala sobre todo o seu descontentamento sobre a fama, e tudo o que ela trás junto. Para quem não sabe, o baterista é avesso a entrevistas e ao contato do público. Faixa super melódica, com um ótimo riff de guitarra de Alex, e um espetacular solo. “The Camera Eye” aparece em seguida, e talvez a mais fraca do trabalho. Tema mais trabalhado, com a guitarra predominando na maior parte, é a que menos inspira, mas sem deixar de ter o seu valor.



Chegando ao fim, “Whitch Hunt” é um épico perfeito, desde a sua introdução rodeada de suspense, até o seu final grandioso. Vale a pena conferir a versão do DVD Time Machine de 2011 desta música. “Vital Signs” mostra um lado mais ousado do trio, com uma levada reggae, no estilo do The Police, fechando o disco com nota 10.

No programa de TV “Classic Albums”, Geddy comenta que este é o álbum que os fãs pedem mais músicas durante o show, portanto o mais importante da carreira do trio. Mesmo após 33 anos do seu lançamento, Moving Pictures continua uma aula de boa música, de como transformar uma banda progressiva, em uma banda de fácil acesso ao público, mas sem perder a identidade musical.
  
Faixas:

01. Tom Sawyer
02. Red Barchetta
03. YYZ
04. Limelight
05. The Camera Eye
06. Witch Hunt (Part III of Fear)
07. Vital Signs

Formação:

Geddy Lee (Baixo/sintetizador polifônico Oberheim, sintetizador OB-1/Mini Moog/pedais Taurus/vocais)
Alex Lifeson (Guitarras e violões de 6 e 12 cordas/pedais Taurus)
Neil Peart (Bateria/timbales, bumbo gong Tama/sinos de orquestra/glockenspiel/carrilhão/sinos/crótalos/cow-bells/claves)


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