quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Resenha: Rush - 2112



Quando o assunto é rock progressivo, uma banda ganha destaque na cabeça de todos apaixonados por rock, o trio canadense Rush. Ganharam grande destaque no meio dos anos 1970, com seus dois primeiros álbuns Rush e Fly by Night. No ano de 1975, mudaram o direcionamento do som da banda, com o contestado Caress of Steel. Nele, flertaram com o rock progressivo, e nem todos entenderam a abordagem, principalmente a gravadora e as rádios. Com peças mais longas, e composições mais inteligentes e complexas, boa parte do público convencional odiou o projeto. A banda nesse momento quase encerrou as atividades, tamanho o fracasso de Caress.

A pressão da gravadora para a produção de um álbum mais comercial era enorme. Naquele momento havia apenas mais uma oportunidade, ou lançavam algo surpreendente, ou fariam as malas de volta para o Canadá. Assim, da maneira Rush de fazer música, com uma canção de 20 minutos no disco, o influente 2112 nasceu.



A faixa “2112” é um épico de 20 minutos de duração, composta por sete partes. Quando foi lançada, em Vinil, ocupava todo um lado. O baterista Neil Peart se influenciou na obra de Ayn Rand, “Anthem”, para escrever a letra, e para algumas ilustrações do álbum. A primeira, “Overture”, é instrumental, com um agressivo hard rock e progressivo. Guitarra, bateria, e baixo estão impressionantes. No final Geddy entra de uma maneira suave, cantando “and the meek shall inhert the Earth”. “The Temples of Syrinx” começa com o vocalista cantando agressivamente. Os Sacerdotes do templo tomaram conta do que as pessoas leem, veem e ouvem. Faixa bem pesada. Na terceira parte, “Discovery”, o personagem principal da historia acha um objeto, uma guitarra, mudando sua maneira de ver o mundo. Aqui, destaque para o dedilhado de Alex, ilustrando a utilização do instrumento pela primeira vez.

Em “Presentation”, a quarta, ele apresenta o novo objeto para os Sacerdotes, que ficam bravos e o esnobam. Duelo do vocalista contra ele mesmo, incrível no mínimo. Na quinta parte, “Oracle: The Dream”, em um sonho, um oráculo mostra terras livres dos Sacerdotes para o nosso protagonista. Começamos a nos encaminhar para o grande final, e “Soliloquy” traz a sua triste morte. Mais uma vez Geddy dá um show para nos apresentar esse acontecimento. Chegamos ao fim, “Grand Finale” nos trás mais uma composição instrumental, muito bem executada pelo trio. No ultimo minuto da canção, uma explosão ocorre, e uma voz robótica começa a repetir “Attention all planets of the Solar Federation. Attention all planets of the Solar Federation. Attention all planets of the Solar Federation. We have assumed control. We have assumed control. We have assumed control.", mostrando a raça que o oráculo tinha apresentado para o nosso herói no sonho, conseguiu destruir os Sacerdotes.



Na segunda parte do disco, temos musicas mais convencionais, demonstrando que o Rush pode transitar por todo tipo de vertente musical. “A Passage to Bangkok” presenteia o ouvinte com um dos melhores riffs de Alex. Clássico da banda que fala sobre o trafico de drogas pelo mundo. Segundo os integrantes, as plateias ficaram mais “cheirosas” após o lançamento desta faixa, por que será? (risos) “The Twilight Zone” é uma homenagem do trio para o programa de televisão com o mesmo nome. Ótima música, com vocais sussurrados de Geddy, dando uma atmosfera sombria. “Lessons” trás uma das raras oportunidades em que Neil Peart não escreveu a letra. Aqui quem assina é o guitarrista do grupo. Uma das canções mais bonitas da carreira do Rush é “Tears”. Vocal emocionante, com um violão acústico e teclados bem encaixados. Linda balada. Para encerrar, “Something For Nothing” é uma paulada de primeira, fechando o trabalho com nota 10.

2112 abriu o caminho do Rush para fazer qualquer tipo de disco, desde o experimental A Farewell to Kings, o cheio de teclados Power Windows, o pesado Counterparts, até o clássico Moving Pictures. Talvez não seja o melhor álbum da banda, mas abriu todas as portas para o grupo, influenciando gerações e gerações.

Faixas
01. 2112
·         I. Overture
·         II. The Temples of Syrinx
·         III. Discovery
·         IV. Presentation
·         V. Oracle: The Dream
·         VI. Soliloquy
·         VII. Grand Finale
02. A Passage to Bangkok
03. The Twilight Zone
04. Lessons
05. Tears
06. Something for Nothing

Formação:
Geddy Lee (Vocal/baixo/teclados)
Alex Lifeson (guitarra elétrica e acústica)
Neil Peart (bateria e percussão)


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