Quando
o assunto é rock progressivo, uma banda ganha destaque na cabeça de todos
apaixonados por rock, o trio canadense Rush. Ganharam grande destaque no meio
dos anos 1970, com seus dois primeiros álbuns Rush e Fly by Night. No
ano de 1975, mudaram o direcionamento do som da banda, com o contestado Caress of Steel. Nele, flertaram com o
rock progressivo, e nem todos entenderam a abordagem, principalmente a
gravadora e as rádios. Com peças mais longas, e composições mais inteligentes e
complexas, boa parte do público convencional odiou o projeto. A banda nesse
momento quase encerrou as atividades, tamanho o fracasso de Caress.
A
pressão da gravadora para a produção de um álbum mais comercial era enorme. Naquele
momento havia apenas mais uma oportunidade, ou lançavam algo surpreendente, ou
fariam as malas de volta para o Canadá. Assim, da maneira Rush de fazer música,
com uma canção de 20 minutos no disco, o influente 2112 nasceu.
A
faixa “2112” é um épico de 20 minutos de duração, composta por sete partes. Quando
foi lançada, em Vinil, ocupava todo um lado. O baterista Neil Peart se
influenciou na obra de Ayn Rand, “Anthem”, para escrever a letra, e para
algumas ilustrações do álbum. A primeira, “Overture”, é instrumental, com um
agressivo hard rock e progressivo. Guitarra, bateria, e baixo estão
impressionantes. No final Geddy entra de uma maneira suave, cantando “and the
meek shall inhert the Earth”. “The Temples of Syrinx” começa com o vocalista
cantando agressivamente. Os Sacerdotes do templo tomaram conta do que as
pessoas leem, veem e ouvem. Faixa bem pesada. Na terceira parte, “Discovery”, o
personagem principal da historia acha um objeto, uma guitarra, mudando sua
maneira de ver o mundo. Aqui, destaque para o dedilhado de Alex, ilustrando a utilização
do instrumento pela primeira vez.
Em
“Presentation”, a quarta, ele apresenta o novo objeto para os Sacerdotes, que
ficam bravos e o esnobam. Duelo do vocalista contra ele mesmo, incrível no
mínimo. Na quinta parte, “Oracle: The Dream”, em um sonho, um oráculo mostra
terras livres dos Sacerdotes para o nosso protagonista. Começamos a nos
encaminhar para o grande final, e “Soliloquy” traz a sua triste morte. Mais uma
vez Geddy dá um show para nos apresentar esse acontecimento. Chegamos ao fim, “Grand
Finale” nos trás mais uma composição instrumental, muito bem executada pelo
trio. No ultimo minuto da canção, uma explosão ocorre, e uma voz robótica
começa a repetir “Attention all planets of the Solar Federation. Attention all
planets of the Solar Federation. Attention all planets of the Solar Federation.
We have assumed control. We have assumed control. We have assumed
control.", mostrando a raça que o oráculo tinha apresentado para o nosso
herói no sonho, conseguiu destruir os Sacerdotes.
Na
segunda parte do disco, temos musicas mais convencionais, demonstrando que o
Rush pode transitar por todo tipo de vertente musical. “A Passage to Bangkok”
presenteia o ouvinte com um dos melhores riffs de Alex. Clássico da banda que
fala sobre o trafico de drogas pelo mundo. Segundo os integrantes, as plateias
ficaram mais “cheirosas” após o lançamento desta faixa, por que será? (risos) “The
Twilight Zone” é uma homenagem do trio para o programa de televisão com o mesmo
nome. Ótima música, com vocais sussurrados de Geddy, dando uma atmosfera
sombria. “Lessons” trás uma das raras oportunidades em que Neil Peart não
escreveu a letra. Aqui quem assina é o guitarrista do grupo. Uma das canções
mais bonitas da carreira do Rush é “Tears”. Vocal emocionante, com um violão
acústico e teclados bem encaixados. Linda balada. Para encerrar, “Something For
Nothing” é uma paulada de primeira, fechando o trabalho com nota 10.
2112 abriu o caminho do
Rush para fazer qualquer tipo de disco, desde o experimental A Farewell to Kings, o cheio de teclados
Power Windows, o pesado Counterparts, até o clássico Moving Pictures. Talvez
não seja o melhor álbum da banda, mas abriu todas as portas para o grupo,
influenciando gerações e gerações.
Faixas
01.
2112
·
I.
Overture
·
II.
The Temples of Syrinx
·
III.
Discovery
·
IV.
Presentation
·
V.
Oracle: The Dream
·
VI.
Soliloquy
·
VII.
Grand Finale
02.
A Passage to Bangkok
03.
The Twilight Zone
04.
Lessons
05.
Tears
06.
Something for Nothing
Formação:
Geddy
Lee (Vocal/baixo/teclados)
Alex
Lifeson (guitarra elétrica e acústica)
Neil
Peart (bateria e percussão)
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