“Hello baby!”, é com esse grito marcante que Sammy Hagar
abre o sétimo trabalho do Van Halen, 5150
(1986). Mas antes de falar de mais um clássico dos irmãos Eddie e Alex,
muitas coisas estavam acontecendo no ambiente da banda. O ano era 1984, e a
trupe liderada pelo guitarrista Edward Van Halen tinha acabado de lançar o seu
projeto mais bem sucedido, 1984. O
álbum foi um fenômeno de vendas, e o clipe da música “Jump” tocou inúmeras
vezes na MTV. Tudo perfeito, certo? Claro que não. A conhecida tensão entre o
guitarrista e o vocalista, David Lee Roth, o Diamond Dave, estava cada vez pior,
levando ao fim da parceria entre eles. Até hoje o assunto é muito debatido
entre os fãs, ninguém sabe ao certo se Roth largou a banda, ou se ele foi
despedido por Eddie.
Após essa grande reviravolta no mundo dos Van Halen, um novo
vocalista precisava ser encontrado e rápido. O ex-frontman do Montrose, Sammy
Hagar, foi o escolhido. Segundo o próprio Hagar, quem o conectou com Edward foi
o mecânico que ambos tinham em comum. O sucessor de 1984 começou a ser feito no final de 1985, e foi concluído em
fevereiro de 1986. O álbum ganhou o nome de 5150.
Para quem não sabe 5150 corresponde ao código médico que indica desordem mental
em perigo (o estúdio construído na casa do guitarrista da banda também leva
esse mesmo código). Logo as associações ao antigo vocalista da banda começaram
a surgir. A capa do projeto possui um homem bastante forte segurando uma
espécie de globo com as iniciais da banda. Já a contra capa mostra o mesmo
homem caído, por não ter aguentado segurar o globo (para muitos, uma referencia
a Dave e o tamanho do seu ego). No mesmo ano, Diamond Dave também lançou o seu
primeiro trabalho solo, que foi elogiado pela critica e pelos fãs, aumentando a
responsabilidade do Van Halen com o seu novo disco.
Pronto, você caro leitor já esta situado de como as ondas
balançavam naquele momento, agora é hora de falar sobre o excelente 5150. A primeira música, “Good Enough”,
abre com o grito que esta no começo deste texto, que ficou eternizado na voz do
novo vocalista Sammy Hagar, e todo fã que se preze do Van Halen conhece. A
canção tem uma levada bem hard rock, com Eddie Van Halen desfilando todo o seu
arsenal. A segunda, “Why Can´t This Be Love”, tem uma levada bem mais pop, com
teclados e um refrão grudento. Hit mais bem sucedido do álbum (em algumas
turnês, o baixista Michael Anthony e o guitarrista Eddie, cantavam cada um uma
parte da música, algo que ficou muito legal). Na sequencia vem “Get Up”, faixa
bastante energética, sem deixar o ouvinte ficar parado.
Um dos hinos da banda na era Hagar é “Dreams”. A canção foi
feita perfeitamente para as grandes arenas, com uma atuação de gala do
vocalista e ótimos vocais de apoio de Michael Anthony, como de costume. Toda a
banda parece em sintonia nessa faixa. A seguir vem “Summer Nights”, com um
ótimo riff de Eddie e melodia contagiante. A música resgata a alegria
contagiante do rock festeiro americano, que ficou eternizado em bandas como
Aerosmith, Kiss e ZZ Top. “Best Of Both Worlds” vem na mesma linha, e foi
presença garantida no set list da banda por muitos anos, mais uma música que
não deixa o ouvinte ficar parado. “Love Walks In” mistura abduções alienígenas
com relações amorosas, uma excelente balada, cheia de teclados, e ótimos solos
de guitarra, sendo a mais romântica do trabalho.
O álbum começa a chegar ao fim com a faixa que dá nome ao
álbum. “5150” têm ótimos riffs de guitarra. Michael Anthony e Alex Van Halen
fazem um trabalho super caprichado no disco. Cozinha entrosada do começo ao
fim. A última, e bastante descompromissada, é “Inside”. A faixa mostra a banda
bem descontraída, apenas improvisando.
Faixas:
01. Good Enough
02. Why Can't This Be Love
03. Get Up
04. Dreams
05. Summer Nights
06. Best of Both Worlds
07. Love Walks In
08. 5150
09. Inside
Formação:
Sammy Hagar (Vocal/guitarra rítmica)
Eddie Van Halen (Guitarra/guitarra acústica/teclados/vocal
de apoio)
Michael Anthony (Baixo/vocal de apoio)
Alex Van Halen (Bateria/percussão)
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